A viagem para Uganda foi longa. Primeiro um voo de Addis Abeba para Nairobi. Incrivelmente o voo saiu 1 hora adiantado. Nao tinha visto isso ainda. Chegando em Nairobi, tinhamos 2 opcoes : procurar um hotel, pegar um onibus para Kampala no dia seguinte pela manha, e ainda procurar um hotel em Kampala a noite. Ou pegarmos um onibus noturno no mesmo dia, e chegar pela manha. Do aeroporto mesmo checamos que a melhor empresa de onibus estava cheia para o mesmo dia e o dia seguinte. O funcionario da informacao do aeroporto orientou o motorista de taxi para nos levar a 3 empresas no centro de Nairobi, a fim de ver se haveria passagem para o mesmo dia. Na saida do aeroporto veio o choque cultural. Comparado com a Etiopia, o Quenia parece um pais europeu. A avenida para o centro cheia de novos empreendimentos comerciais e residenciais, ampliacoes, e muito trafego. Alias, o aeroporto de Nairobi esta sendo ampliado (viu, Dilma?). No meio do transito, o motorista decidiu cortar caminho por um posto de gasolina, e o Leo viu entre as lojas de conveniencia, farmacia, etc um posto de venda de passagens para Kampala. Incrivel, eles nao so’ vendiam a passagem (e tinha lugar) como o onibus sairia de la’ mesmo. Ficamos de bobeira, comendo, esperando o onibus, que estava vindo da Tanzania. Ele chegou na hora.
Primeiro que por dentro parecia que estava de cabeca pra baixo, atapetado no teto. Fomos ainda pro centro de Nairobi, para pegar a maioria dos passageiros. O onibus saiu as 9, lotado (eramos os unicos branquinhos). Passamos por uma regiao de Nairobi bem chique, parecia um bairro nobre do Rio ou SP. Que diferenca! O unico problema da viagem foi o som do onibus. Botaram musica volume 10, de novo nao dava pra dormir. So’ as 5 da matina tiraram a musica. O onibus era confortavel, os tramites de fronteira foram bem simples e rapidos. Chegamos em Kampala as 9 da manha.
O que vimos de Uganda foi so’ verde, muito verde. Chegamos no centro velho de Kampala, que mais parece a 25 de marco africana, sem fiscalizacao nenhuma. Uma zona completa. Achamos um hotelzinho por la’ mesmo, e ficamos, pois logisticamente seria o ideal. Fomos dar uma volta pela cidade, e ai’ a surpresa. Andamos pelos bairros das embaixadas, hoteis chiques, restaurantes, incrivel como tem lugares agradaveis. Claro que o pais e’ pobre (nada comparado a Etiopia), mas a impressao foi boa. Fomos em uma grande e nova mesquita, o chefe abriu para nos, e nos levou ao alto do minarete. Uma visita incrivel da cidade. Valeu a pena. Como ficamos no centro, nao demos bobeira, e voltamos pro hotel antes de escurecer. Aquela sensacao de seguranca que tinhamos na Etiopia acabou, nao da’ pra andar de pochete pela rua.
Hoje decidimos procurar o Uganda Wildlife Authority, onde vendem a permissao dos gorilas. Sao 8 turistas por dia, por familia (de gorilas, e’ claro). Incrivel que conseguimos ingressos para o dia 5, em um grupo que ja’ tinha 6. Custa US$ 500 so’ a entrada, fora acomodacao e transporte pro parque. Acaba com o orcamento de qualquer mochileiro. Alias, mochileiro que se preza nao faz este passeio, manda o cara do photoshop montar pra ele umas fotos com gorilas. Mas como aqui nao tem photoshop ainda, vamos encarar essa. A viagem de Nairobi pra ca a noite nos deu um dia extra, que usaremos para este passeio. Vir aqui e nao ver os gorilas equivale a … sei la’, mas e’ o ponto alto de Uganda, nao da’ pra perder. Ah, vai ser a despedida da minha bota, que por sinal ainda esta’ de quarentena.
Amanha vamos para o interior de Uganda, e so’ chegaremos em Kigali (capital de Ruanda) no dia 9.