Fomos do Rio para São Paulo, e depois de 9 horas esperando, de São Paulo para Joanesburgo. Seria apenas uma conexão rápida para Livingstone, não tivesse o Leo comprado bilhetes separados. Então ele despachou sua bagagem para Joanesburgo e teve que passar pela imigração e alfandega, para pegar sua bagagem. Isso normalmente seria tranquilo, já que tínhamos 3 horas e 20 minutos de intervalo de um voo para o outro. Porém, a quantidade de gente esperando na fila da imigração foi algo nunca visto por mim antes, em qualquer lugar, mesmo nos Estados Unidos. Mesmo assim, no início eu fiquei calmo. Porém, com o passar do tempo, vi que a fila não andava muito, porque havia uma outra fila paralela de quem tinha conexões mais cedo do que as nossas, além de cadeirantes e outros que queriam furar a fila. Apesar de nosso companheiros de fila insistirem para que entrássemos na fila paralela, não quisemos “furar” a fila. Simplesmente a fila dava 14 voltas nos divisores, e depois ainda se prolongava para fora da área de filas. Eu marquei o tempo que gastávamos em cada volta, mas como a fila paralela enchia, este tempo era cada vez maior. É que a fila paralela utilizava os mesmos oficiais da nossa fila, então cada volta demorava mais.E não teve jeito, após 2 horas e 15 minutos, vimos que a coisa estava ficando apertada, e decidimos pedir para entrar na outra fila.Impressionante.
Bem, após este contratempo, pegamos a bagagem do Leo e fomos para o embarque, onde encontramos o Fabricio, que já estava achando que tínhamos perdido o voo para Joanesburgo, já que nosso voo chegou às 7:20 e já eram 10:20 quando o encontramos. Já estavam embarcando para Livingstone.
Na chegada à Livingstone, um aeroporto novo, sem qualquer problema para pegar o visto e entrar no país. Fomos de táxi até o albergue, que por sinal era muito agradável, com piscina, área de lazer, e um quarto só para nós. O problema é que o banheiro era separado, e havia dezenas de mosquitos dentro do banheiro. Se eu um dia vou pegar malária, esse é o dia. Não tinha como fugir deles, era um exército organizado, sem chances de defesa.
Fora isso, tudo ótimo. Fomos dar uma volta pela pequena cidade, e encontramos um centro de conveniência, com supermercado, lojas, cafés, etc. Muito arrumadinho. É claro que Livingstone vive para o turismo, e não deve ser o espelho da situação do país. Mas que a primeira impressão da Zâmbia foi boa, isso foi.
Estávamos mortos de cansaço por conta da longa viagem, e depois de um jantar em uma pizzaria, eu capotei direto, mesmo com o barulho da sessão de cinema do albergue bem ao lado do nosso quarto.
No dia seguinte tínhamos o passeio para Devil’s Pool. Este local nada mais é do que uma piscina localizada na beira das cataratas, realmente um negócio especial. Para entender melhor, é necessário explicar como são as Cataratas de Vitória. Elas ficam em uma fenda de mais ou menos 110m de altura, separadas por uns 150m talvez, mas as águas caem do lado da Zâmbia para o lado do Zimbabwe. Então, do lado do Zimbabwe você vê as cataratas de frente, mas do lado da Zâmbia você não vê quase nada.
Como estávamos na época de seca, as águas estavam bem baixas, e podíamos ir andando pelas pedras do rio até o Devil’s Pool. Na época de cheia, não é possível fazer este passeio, já que não há acesso andando, e as águas correm muito mais rápido. Sorte nossa.
Os grupos de visitação são limitados à 8 pessoas, já que a piscina é pequena, e não dá para juntar muita gente. Fomos nós 3, mais 3 russos e um casal de espanhóis. Andamos da entrada do parque, que fica próximo da ponte que separa os 2 países, até o Devil’s Pool em cerca de 20 minutos. Vale lembrar que fazia um calor de quase 40 graus. Caminhamos por cima das pedras, onde na época de cheia é o leito do rio, até chegarmos em um ponto onde vestimos roupas de banho, deixamos nossos pertences e seguimos. Cruzamos uma parte do rio à nado, e depois chegamos no local.
É difícil de descrever, melhor ver as fotos, pois o local é realmente perigoso. Se alguém resolve por descuido sair um pouco da piscina, pode simplesmente ser empurrado pela correnteza para baixo do precipício. É bem na beira da queda, por isso não é para qualquer um. E por isso custa 65 dólares o passeio. Após cerca de meia hora, tivemos que dar lugar ao próximo grupo, e ficamos por ali tirando fotos do precipício, vimos os turistas que estavam do lado do Zimbabwe tirando fotos do nosso lado.
Voltamos de táxi até a cidade, que fica à 10 quilômetros do parque, pegamos nossas coisas e fomos embora da Zâmbia, rumo ao Zimbabwe.
O que posso dizer da Zâmbia? Muito pouco. Tenho consciência de que fiquei em uma bolha, local apenas turístico. Claro que não se resume à este passeio, que aliás, só pode ser feito na época de seca, por isso o título do post. Mas há muito mais que se pode fazer : safari, rafting, bungee jumping, safari de barco, passeio para ver o por do sol, enfim, não faltam atividades. Mas o fato é que para ver as cataratas em si, somente do lado do Zimbabwe, e foi para lá que partimos.