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Category Archives: Myanmar

Resumo da viagem

Bem, chegou a hora de fazer o resumo da viagem. Foi uma viagem relativamente curta, apenas 18 dias, e que os principais destinos foram Mianmar e Camboja. Então vamos à eles.

Mianmar

Para mim, foi uma surpresa positiva, e definitivamente ficará no TOP 10. Principalmente pela mistura do povo, cultura, e religiosidade, além de Bagan, que foge de qualquer parâmetro. Não dá para comparar Bagan com qualquer outro destino que já tenha estado. E o fator surpresa (ignorância!?) ajudou, pois tinha noção do que era, mas na verdade não sabia a dimensão do que ia encontrar.

Claro que o fato de Mianmar ainda estar engatinhando no que se refere ao potencial de turismo que pode atingir, ajuda na minha avaliação. Quanto mais próximo da realidade do povo, mais interessante fica, mesmo que isso signifique menos infra para os turistas. Esse é um dos motivos para eu gostar tanto da África. E de ter gostado de tantos lugares na Ásia, os quais eu visitei faz muito tempo, e hoje não tenho vontade de voltar. Querem exemplos : Beijing. Visitei em 1991, e fui em todos os cantos de bicicleta, o que hoje sei que é virtualmente impossível. Quase não havia carros nas ruas. Outro exemplo : Vietnam. Visitei em 1994, e não quero mais voltar, para não me decepcionar. Também rodei pelas ruas de Hanoi e Ho Chi Minh City de bicicleta, e apenas dividi as ruas com outras bicicletas e motos. Quase sem carros.

E claro que em um mundo muito mais globalizado hoje em dia, sei que o turismo de Mianmar já vem mudando, e vai mudar rapidamente. Portanto sugiro uma visita em breve, para quem não conhece. A foto que o Fabricio me mostrou de Bagan, com dezenas de balões sobrevoando os templos de manhã, já dá uma pista do que está vindo.

Para um país até pouco tempo fechado para o turismo independente, a infra é muito boa entre as principais cidades. Conexões de ônibus, hotéis, pousadas, restaurantes (mesmo em Mandalay), etc. Me surpreendeu positivamente. Custo não é alto ainda, mas longe de ser uma barganha. O que ainda é limitado é o número de opções de voos para o país, e é isso que pode ainda segurar um pouco essa invasão turística.

Bagan obviamente foi a atração número 1 do país, já expliquei o porquê. Eu particularmente gostei demais de Yangon, com seu templo maravilhoso. Tem gente que gosta mais de Inle Lake. Eu até gostei, mas confesso que esperava mais. Mandalay foi bem interessante para quem quer ver uma cidade maior, como vivem os locais, mas turisticamente falando, é a mais fraca das 4. Sei que há mais para ser visitado em Mianmar, ilhas, cavernas, trekking, mas infelizmente não deu desta vez, e não sei se haverá outra. A fila anda.

Uma coisa que já mencionei nos posts, mas deve constar do resumo de Mianmar é a questão da sujeira. Em todo o país ela se acumula em todo lado, nas cidades, na beira das estradas, nas encostas das montanhas, e infelizmente perto das atrações turísticas. É uma pena, eu lamento pois tenho certeza de que pode afastar muitos turistas.

Por tudo o que eu escrevi neste blog, dá para concluir que eu amei Mianmar, e é a pura verdade. No entanto, eu seria parcial e injusto se não comentasse sobre a situação dos muçulmanos, chamados rohingyas. São cerca de 1,3 milhão deles, mas apenas 40.000 têm nacionalidade birmanesa reconhecida. Não têm liberdade de transitar pelo país, têm que pedir permissão para casar e não podem ter mais de 2 filhos. Em que ano estamos mesmo? Até a super premiada com o Nobel da Paz Aung San Suu Kyi faz cara de paisagem quando tocam no assunto. Uma vergonha que não condiz com tudo o que eu vi e senti por lá. Só espero que isso seja coisa do governo atual, que está de saída, espero, e mude no futuro. Não posso ser hipócrita. Assim como não consigo ver a China de uma maneira positiva depois de ter visitado o Tibet, Mianmar deixou uma mancha difícil de remover.

Se estivesse escrevendo este blog na era do Khmer Vermelho, faria as mesmas restrições ao Camboja que fiz à Mianmar acima. Mas lá no Camboja é página virada, e espero que Mianmar acorde e mude esta realidade.

Camboja

Me lembro perfeitamente quando estive no Vietnam em 1994, e voei de Ho Chi Minh City para Vientiane, no Laos. O voo fez uma conexão em Phnon Penh. A cidade vista de cima era quase que um vilarejo, e o aeroporto era pequeno e rudimentar. Angkor naquela época era quase que proibida para turistas, pois o Khmer Vermelho ainda ocupava as matas perto dos templos, e atacava vez por outras. Então era o verdadeiro turismo de aventura. Por isso mesmo cortei o Camboja da minha lista na época. Mas sempre soube que era uma mancha no meu curriculum, e tinha que voltar um dia.

Agora vi que tudo mudou. Siem Reap me impressionou pela quantidade de turistas, e ainda em baixa estação. Pela infra que existe de hotéis, restaurantes, lojas, etc, dá para imaginar no que Siem Reap se transforma na alta estação. E quero estar longe. Mas Angkor é uma atração que tem que ser visitada por todos, um mega complexo de templos enormes, todos diferentes e fascinantes. Não dá para manter uma falha dessas no curriculum. É mais espetacular do que qualquer outra atração na Ásia. Pode perder em qualidade para a Cidade Proibida em Beijing, ou o Taj Mahal em Agra, mas pelo porte do complexo, qualquer um fica de queixo caído. O ponto baixo do local é a exploração sem parar dos turistas. Claro que não é exclusividade de Siem Reap, mas confesso que isso me incomoda muito.

Phnon Penh me agradou, mas por 1 ou 2 dias tá de bom tamanho. Como escrevi antes, uma cidade simpática, e para mim um dos maiores atrativos foi não ter a pressão dos locais sobre os turistas, como existe em Siem Reap. Pena que muitos turistas se restringem a visitar Siem Reap, e perdem a oportunidade de ver o Camboja mais autêntico, menos turístico.

Transporte é fácil e farto, tem hotel e pousada de todos os tipos e gostos, o Camboja não traz qualquer frio na barriga para um turista independente. Dois lugares somente não permite avaliar muito do povo. Em Siem Reap, a chateação de ter sempre alguém querendo te vender alguma coisa (a maioria ilegal) não existe em Phnon Penh. Então não dá para rotular todo o povo cambojano pelo o que acontece em Siem Reap.

Escolhi esses 2 países simplesmente porque era os que faltavam na minha lista no sudeste asiático. Mas certamente não deixam nada a desejar aos seus vizinhos. Não dá para comparar muito os países, e isso é o que me atraí muito nesta região, pois todos são diferentes entre si, têm cultura diferentes, cada um com sua história, enfim todos são interessantes. Não deixem nenhum de fora. Com esses 18 dias, já somo mais de 5 meses na região, e ainda falta muito para visitar. Não sei quando volto, mas certamente voltarei.

Malásia

Bem, foram apenas 2 escalas em Kuala Lumpur. Não dá nem para pensar em analisar o país desta forma. Já tinha estado na Malásia 2 vezes antes, e ainda falta muito o que conhecer. O que dá para escrever agora é somente sobre Kuala Lumpur, e já mencionei sobre o desenvolvimento da cidade, com ótima estrutura de transporte, hotéis, alimentação, etc. Não era o objetivo da viagem, mas ficou longe de ser motivo de qualquer reclamação. Parabéns para eles, que avançaram tanto.

 
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Posted by on February 19, 2016 in Cambodia, Cambodja, Camboja, Mianmar, Myanmar

 

Mandalay até Siem Reap – 3 países em poucas horas

Pelo título já dá para concluir o que foi este dia. Tínhamos que voar de Mandalay até Bangkok, pois era um voo direto e rápido. Mas como não queríamos e nem tínhamos tempo para perder em Bangkok, nosso plano era ir o mais rápido possível por terra para Siem Reap, no Camboja. Pelas informações que tínhamos, teríamos que pegar um transporte do aeroporto de Bangkok até uma estação de ônibus, e de lá pegar o primeiro ônibus até a fronteira, já que o único ônibus direto para Siem Reap sai de Bangkok pela manhã. E não queríamos dormir em Bangkok. São 257 kms de Bangkok até Poi Pet, na fronteira.

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Saideira de Mianmar

A fronteira fecha à noite, mas também não sabíamos à que horas. O Fabrício tinha estado lá 4 anos antes, e acabou tendo que passar a noite na cidade da fronteira, pois ela já estava fechada quando ele chegou. Então esta era uma possibilidade real para nós. De Poi Pet, na fronteira até Siem Reap são mais 150 kms, e poderíamos chegar lá ainda pela manhã e aproveitar o primeiro dia.

Roteiro Camboja

 

Bem, chegando em Bangkok as 3:15 da tarde, fui direto pegar informações sobre transporte para a estação de ônibus. Antes mesmo de trocar dinheiro, fui abordado por uma tailandês oferecendo transporte para o centro. Negociei com ele para que nos levasse de carro até Poi Pet. Ele topou por 60 dólares, e decidimos partir imediatamente, pois assim teríamos chances de pegar a fronteira aberta ainda. Saímos rapidamente do aeroporto, sem trocar dinheiro. Detalhe : todos já estavam com fome, pois não tínhamos nem almoçado.

Apesar de um bom engarrafamento ainda em Bangkok, logo pegamos a estrada rumo à fronteira. Estrada boa. Uma parada somente, e o motorista comprou água pra nós. Fomos beliscando todos os restos de biscoito, chocolate e qualquer coisa comestível, até que chegamos na fronteira antes das 8 da noite. E ela estava aberta.

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Única foto na Tailândia. O carro que nos levou até à fronteira

Quando saímos do carro, já fui abordado por um cambojano que fica esperando os turista que atravessam a fronteira à pé, como nós, para vender seu serviço de transporte. Rapidamente fechei com ele transporte da fronteira até o nosso hotel em Siem Reap, em dólares. Um detalhe interessante é que, entre a saída da Tailândia até a entrada no Camboja, há 2 hotéis cassinos imensos. Não descobri as regras para entrar nestes cassinos, e nem a que país eles pertencem, já que ficam entre as 2 fronteiras.  O fato é que não quisemos perder tempo com isso, e logo estávamos dentro do carro em direção à Siem Reap. A fronteira, que é bem cheia durante o dia, estava vazia, e passamos super rápido pelas 2 imigrações.

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Esse posto de combustíveis já é mais sofisticado

A viagem demorou mais umas 2 horas e meia, e por volta das 11 e pouco da noite estávamos em Siem Reap. Não sei se podemos considerar que quebramos algum recorde, mas o fato é que passamos menos do que 5 horas na Tailândia, e nem precisamos trocar dinheiro por lá. Foi tudo muito rápido, nem podíamos imaginar que chegaríamos no mesmo dia em Siem Reap.

Ainda bem que tinha negociado com o cambojano para nos deixar no hotel, pois ele queria nos deixar na entrada da cidade, naquela hora, e com chuva. Chegando lá, o nosso hotel estava cheio, pois nossa reserva era apenas para o dia seguinte, e tivemos que procurar outro, debaixo de chuva.  Logo na chegada percebi que o ambiente era outro, que o turismo no Camboja tinha outra dimensão, com suas vantagens e desvantagens. Vou explicar depois.

Depois de conseguir quartos, fomos cuidar da nossa fome, que era senegalesca. Fomos até o Centro de Siem Reap, e para nossa decepção, deparamos com a Rock Street, uma rua cheia de bares, restaurantes, com turistas jovens à procura de diversão barata e errada. Cambojanos oferecendo todo o tipo de droga e prostituição, bares disputando quem tocava a música mais alta, e nós só querendo qualquer coisa comestível. Pelo horário, só conseguimos mesmo uma pizza meio cansada com uma super bem vinda cerveja. Capotamos assim que chegamos ao hotel, mortos de cansaço, mas felizes por tudo ter dado certo naquele dia tão cheio.

 

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Mandalay

Acordamos cedo, e depois de um bom café da manhã, decidimos alugar bicicletas e explorar a cidade. A primeira parada seria a U Bein Bridge, uma ponte de madeira famosa. Mas como a ponte fica à mais de 10 km do hotel, fizemos várias paradas no caminho. Fotos de tudo que víamos. Preciso mencionar que pedalamos por uma das principais avenidas de Mandalay, e uma verdadeira aventura pedalar neste trânsito maluco. Confesso que foi divertido mais que perigoso, pois é uma confusão só, e acaba que o trânsito flui devagar e só perdíamos em velocidade para as motos.

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Vista do nosso hotel

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Pausa para foto no meio do tráfego

Interessante ver a indústria de estátuas de Buda em profusão, os postos de gasolina improvisados na beira das ruas, enfim o cotidiano de uma cidade grande, de um país que acaba de se abrir aos turistas independentes.

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“Fábrica” de Budas

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Posto de combustíveis improvisado

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Peixes secando ao sol, que higiene…

Chegamos enfim ao Lago Taungthaman. Já dava para ver a ponte, mas tínhamos que contornar o lago até chegarmos lá. E fomos vendo os pescadores, que entram no lago à pé, e ficam pescando perto da beira. O que me chamou muito a atenção foi a sujeira do entorno. Digo do entorno pois já na chegada havia um lixão à céu aberto, desconcertantemente grande. E o lago estava mais para um valão gigante do que um lago propriamente dito. A decepção foi enorme, fiquei me lembrando do Monte Popa, com aquela sujeirada na encosta. E me prometi que não ia comer peixe mais neste viagem.

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Pescadores, com a ponte ao fundo

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Dá para encarar esses peixes?

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Vida de pescador birmanês

A ponte foi construída em 1.850, e serve como passagem para os locais de uma lado do Lago Taungthaman para o outro. Ela é feita de madeira, e tem pouco mais de 1.200m de comprimento. E acabou virando uma atração turística. Assim, há dezenas de lojas e restaurantes de cada lado da ponte. A ponte em si é meio sem graça, mas as pessoas sim eram a verdadeira atração para mim. De novo, quase não havia turistas, apenas os locais, famílias, casais, monges, jovens, idosos, e tudo isso em um dia normal, sem ser feriado nem final de semana.

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Mais vida perto da ponte

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Lojinhas perto do início da ponte

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A ponte!

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E não é que eles vendem os peixes na ponte?

O calor infernal atrapalhou um pouco, mas logo estávamos montados nas nossas bicicletas, tomando o caminho de volta para o centro de Mandalay. Na volta, com muita fome, começamos a procurar um local para comer. Confesso que depois da experiência da noite anterior, mais aquela visão da sujeira no lago, fiquei extasiado quando achamos uma versão asiática do McDonald’s. Era uma lanchonete que copiava o McDonald’s em tudo. E para nós, mesmo sendo uma cópia meio fajuta, foi como se tivéssemos chegado ao paraíso. Fizemos um super rango e partimos em direção ao Palácio de Mandalay, que fica no centro de cidade.

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Monjas pedindo doações

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McDonald’s asiático que nos salvou. Até o Leo embarcou nessa.

O Palácio é rodeado por um mega canal, com uma ponte de cada lado cruzando o canal, e uma verdadeira muralha que impede a visão do Palácio em si. Naquela altura, já era meio tarde, e queríamos ver o por do sol de cima do Mandalay Hill. Então decidimos abandonar o Palácio e subir o Mandalay Hill. Começamos a subir à pé, mas logo resolvi voltar e pegar minha bicicleta e subir pedalando. O que eu não contava é que a subida é difícil, são mais de 250 metros de altitude, e a bicicleta era jurássica, sem marchas. Então cheguei lá em cima bufando, pingando de suor, mas contente por ter feito mais um pouco de exercício.

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O canal que rodeia a área do Palácio

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O trio e suas potentes bicicletas

Quase chegando lá, um birmanês parou a moto dele no meio da rua, e pediu para tirar uma foto conosco. Com o celular dele.

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Nós viramos atração

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Leão que fica na entrada da escadaria para subir no Mandalay Hill

A vista lá de cima é linda. Dá para ver que a cidade é totalmente plana, fora este morro. E também que há regiões bem desenvolvidas, com hotéis 5 estrelas, e até campos de golfe, para os mais abastados. Lá em cima sim, havia muitos turistas estrangeiros (onde eles tinham ido durante o dia, jogar golfe?). Ficou claro que todos deixam para visitar o Mandalay Hill no final da tarde, pelo espetáculo que é o por do sol lá de cima. Além da vista, o local é bonito, tem Buda, templo, e tudo o mais que um local religioso pede.

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Cheguei acabado lá em cima

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Muitos turistas para ver o por do sol

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Visual lá de cima

Desci já escuro, e fomos jantar. Adivinhem aonde? Por unanimidade escolhemos o McDonald’s asiático, já que perto do hotel as opções não eram das melhores. Mas não deixamos de passar no nosso restaurante de ontem, para pelo menos tomar uma cerveja, desta vez sem os ratos.

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O famoso Mann Restaurant, o dos ratos

Mandalay não é uma obrigação no roteiro em Mianmar, mas acho que também não é uma roubada. No nosso caso, por conta da logística de voos, tinha que estar no nosso roteiro. Bagan é um lugar onde hoje não há muitas opções de voos, então tivemos que esticar até Mandalay. Mais um dia intenso na viagem, mas o próximo seria mais ainda.

 
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Posted by on January 3, 2016 in Mianmar, Myanmar

 

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Monte Popa – boa escolha?

A grande dúvida após o espetacular dia anterior era : gastamos mais um dia em Bagan, ou visitaríamos o Monte Popa?

Acho que ficou claro o quanto eu tinha adorado Bagan, e também a diferença do visual em dia nublado para dia ensolarado. O Fabricio queria tirar fotos do nascer do sol, e claro que aproveitar o dia ensolarado que estava previsto de acontecer. Então ele descartou de cara a visita ao Monte Popa.

Monte Popa fica à 50 km de Bagan, e só dá para ir de carro. Trata-se de um vulcão extinto com uma série de templos no topo. É um visual super diferente e interessante. Já tinha visto em um Globo Repórter, e me pareceu bem interessante. Achei que era melhor conhecer uma atração nova, do que pedalar tudo de novo, e visitar os mesmos templos. Então eu e o Leo decidimos alugar um carro com motorista e checar esta nova atração.

A estrada no início era a mesma que pegamos para chegar em Bagan, mas depois pegamos outra estradinha, mais erma ainda. Como escrevi antes, não dá para correr na estrada pela quantidade de gente, de bicicleta, de motos, todos devagar quase parando. O que para nós foi bom, pois assim podíamos ter uma noção melhor da vida à beira da estrada, escolas, lojas, casas, e claro muitos templos.

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Transporte de massa

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Monte Popa

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Um close. Não vale uma visita?

Chegando lá deu para ver que trata-se de um lugar sagrado para os birmaneses. Pela quantidade de lojas, restaurantes, e até pousadas, achei que tínhamos tomado a decisão correta. Para chegar no topo, mais de 1.000 degraus. Tivemos que subir descalços, pois já se tratava de local religioso. E no caminho há de tudo. Restaurantes, lojinhas, mini templos, mas principalmente macacos. Dezenas de macacos. E com os macacos vêm os dejetos dos macacos. E assim havia várias pessoas limpando os degraus, e pedindo uma recompensa por isso. Mas era como enxugar gelo.

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Entrada do templo, início da escadaria

 

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Macacos na subida

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O que não falta é lojinha…

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Escadaria sem fim

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Lá de cima se vê templos lá em baixo

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Pausa para fotos. Quantas pernas e quantas cabeças?

Depois de algumas paradas para fotos do visual, chegamos no topo. E confesso que depois de tudo o que já tinha visto no país, fiquei um pouco decepcionado. Não era nada de muito especial. Além da questão da sujeira no caminho, havia outro fator que se agravou muito no Monte Popa. Foi a questão ecológica.

 

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Essa já lá de cima

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Peregrino, com as oferendas, em frente ao Buda

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Eu e Leo

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Placas de agradecimento aos doadores, com nomes, datas e valores

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Visual!!!

Depois de visitar muitos países pobres, com pouca consciência ambiental, não seria nenhuma grande surpresa ver sujeira nas ruas,e na beira das estradas. Especialmente em um país pouco desenvolvido, e com pouca interação com o mundo desenvolvido. Daria para entender. Mas em Mianmar a quantidade de sujeira é fora de qualquer padrão aceitável. Incomoda muito. E na subida do Monte Popa, a visão da sujeira que foi atirada durante décadas acumulada na encosta choca qualquer um. É impressionante e decepcionante. Confesso que atrapalhou minha opinião sobre este local. Não consegui esconder o desalento em concluir que nada daquilo será limpo tão cedo, pelo contrário, as pessoas continuam a atirar lixo como se fosse a coisa mais normal do mundo.

As fotos falam um pouco do local. Descemos rapidamente e regressamos à Bagan. Devo dizer que fazia um sol de rachar, e ficou aquela dúvida se tínhamos tomado a decisão correta. Mas já era tarde. Chegamos em Bagan por volta da hora do almoço e pelo menos tivemos tempo de almoçar com calma e esperar a minivan para Mandalay.

O Fabricio mostrou as fotos maravilhosas que tirou pela manhã. O que me impressionou foi ver que havia mais de 100 balões sobrevoando o parque de templos pela manhã. O que minha mãe me disse que quando ela visitou Bagan há alguns anos, havia menos de 10 balões. Dá para imaginar como Bagan será daqui à alguns anos?

Apesar de Bagan ser uma das principais atrações turísticas de Mianmar, e Mandalay ser a segunda principal cidade, a ligação entre elas é a mais rudimentar possível. Uma estradinha que, apesar de asfaltada, é absolutamente secundária, quase não há tráfego. A parada que fizemos para esticar as pernas não poderia ter sido mais sinistra. Já estava escuro, e foi uma aventura até para ir ao banheiro do “restaurante”, se é que dava para achar aquilo de restaurante. Não deu coragem de consumir nada, nem se fosse embalado. O Fabricio se deu bem, tirou algumas fotos noturnas fantásticas, mas a galera da minivan não estava tão empolgada assim.

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Parada na estrada

Chegamos em Mandalay já tarde, perto das 10 da noite. Não sei bem qual é o esquema em Mianmar, mas o fato é que demos o endereço do hotel para o motorista e ele nos deixou na porta. Até chegarmos ao hotel, deu pra perceber que Mandalay é uma cidade grande (mais de 1,2 milhão de habitantes) e desenvolvida para os padrões locais. Só que o hotel fica em uma região com pouco movimento à noite. E estávamos morrendo de fome. Saímos para procurar um lugar para comer. E nos lembramos de Yangon, quando tivemos sufoco para resolver isso, Lá tivemos soret de achar o restaurante italiano. Em Mandalay não tivemos tanta sorte. Achamos sim um restaurante, mas achamos melhor procurar mais. Andamos bastante até acharmos um na própria rua do hotel. Havia outros turistas no local, então concluímos que o sinal estava verde para nós.

Já pedimos uma cerveja e o cardápio. O atendente limpou a mesa com o braço. Não foi um bom começo. Quando a comida chegou, decidimos ignorar praticamente todos os conceitos aprendidos sobre segurança alimentar, pois a fome estava braba,e não haveria outra alternativa. E assim a refeição seguiu até que eu avistei alguns visitantes pouco desejados, passeando pelo restaurante. É verdade que foram poucos ratos, mas o suficiente para acabar com nossa fome. Ninguém pareceu ligar, ou não viram. Então pedimos a conta e fomos dormir, após mais um dia cheio e cansativo.

 
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Posted by on January 1, 2016 in Mianmar, Myanmar

 

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Bagan – overdose de templos

O que dizer de Bagan? Pensei muito sobre isso, e ainda não tenho palavras para descrever o que é. Milhares de templos (sim, são mais de 3.000) em um espaço de alguns quilômetros quadrados. Cada passo dado, uma parada para tirar uma foto de um ângulo diferente. Dentre esses milhares de templos, pelo menos uns 7 ou 8 já justificariam uma visita. Então como fazer tudo isso em apenas 1 dia? Resposta : impossível. Solução : fazer o melhor possível, ver o máximo que der, preparar a logística e um roteiro.

Não foi tanta surpresa assim, já tinha lido muito à respeito, visto muitas fotos, mas chegando lá a coisa muda. Nem na véspera deu para ter uma noção, já que visitamos apenas 2 templos, e os mais próximos do hotel. Decidi alugar uma bicicleta, pois assim teria mais liberdade e agilidade no transporte de um ponto à outro. Foi uma boa decisão. Fabrício e Leo decidiram alugar bicicletas elétricas. Não fui com eles, pois nossos timings eram distintos. O Fabrício é um fotógrafo semi profissional, e carregava uma mochila com muitos equipamentos. Mas a questão não era essa, é que ele tomava um tempo razoável para tirar cada foto, e naquele dia não dava para perder tempo esperando. Não foi um problema durante a viagem, não estávamos com pressa em outros lugares, mas ali iria fazer diferença. Então me separei deles e parti sozinho.

 

Logo na saída, por uma estrada diferente da que usei na véspera cheguei ao primeiro templo. De lá, já subi, tirei umas fotos e prossegui.

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Primeira vista da manhã

Próxima parada : Ananda Temple, um dos principais. Feito de mármore, tem um visual todo especial. É enorme, um daqueles que já justificaria um visita à Bagan. Tempo para fotos, curtir um pouco, e pedal na estrada.

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Vejam as próximas fotos. Como os templos são diferentes, com materiais, formatos, tamanhos diferentes. Cada um desses já valeria um bom tempo de visita. Cada um tem sua história, seus detalhes. Uma pena que eu tinha que agilizar as visitas a fim de ver o máximo possível. Trazia comigo o guia com a história de cada um, então não foi uma visita às cegas, mas lamentei não ter mais tempo.

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Pedalei até à beira do Rio Ayeyaward, que leva o ferry de Bagan até Mandalay. Aliás, este era o plano inicial, pegar o ferry no dia seguinte. Ele sai cedinho, a viagem dura o dia todo e chega no final da tarde em Mandalay. Foi hora de trocar de plano. Decidimos pegar um micro ônibus que sai às 16:30 de Bagan, e assim aproveitar mais um dia. Chegaríamos bem tarde em Mandalay, mas seria melhor assim.

O rio me pareceu bem sujo, e bem baixo, especialmente em se tratando do final de época de chuvas. Antes de sair do Brasil tinha visto reportagens de enchentes em Mianmar, mas certamente não foi ali. Muitos barcos parados, uma galera jogando um tipo de futevolei asiático, e mais nada.

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Depois dessa mini parada, mais templos. A maioria tem a entrada permitida. E todos têm um buda de cada lado do templo, olhando para cada entrada. São todos diferentes, apesar de parecerem iguais. Uns estão em pé, outros sentados, uns mais decorados do que outros. Alguns são bem simples, outros são dourados, enfim, tem buda para todos os gostos. Claro que acabei com dezenas de fotos de budas, apenas coloquei algumas para ilustrar.

Abaixo fotos do Dhammayangyi Pahto. Um templo fabuloso templo feito de tijolos, de onde se pode subir, e tirar fotos magníficas. Não sei se gostei mais do templo ou das fotos que tirei lá de cima. De lá se vê outros templos~. Os maiores, que merecem ser visitados com mais tempo, geralmente ficam à centenas de metros de distância, o que dá alguns minutos de bicicleta. Só que a bicicleta que aluguei também era da época dos templos, claro que sem marcha, com um banco duro, e na hora do almoço eu já estava com várias partes do meu corpo em sofrimento.

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Entre os templos, as estradas são de terra, não tem ninguém morando, apenas mato e templos. E de vez em quando algum pastor com seu rebanho.

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Pastor birmanês

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Dhammayangyi Temple de longe

O Sulamani Pahto é uma joia da arquitetura birmanesa. Espetacular. Apesar do terraço estar com visitas proibidas, o interior é super decorado, com afrescos bem antigos, o que os outros templos não têm.

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Pronto para seguir em frente. Haja perna!

Este abaixo fica perto de New Bagan, outro vilarejo nas redondezas da área de templos. Este é menos turístico, mais para os locais. Rodei por lá também, visitando escolas e contemplando a vida birmanesa, menos turística.

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Já chegando no final da tarde, uma surpresa. Saiu o sol, depois de um dia bem nublado. Não sei se reclamo ou não, pois pedalar tudo o que eu pedalei com o sol de rachar seria um transtorno tão grande, que tive a impressão de que não teria conseguido. Por um lado, o dia nublado me permitiu visitar todos os principais templos. Mas por outro, quando o sol saiu, deu para perceber que o visual teria sido bem melhor com o sol, principalmente no final da tarde. As cores mudam totalmente. Aí também concluí o porquê que tantos turistas acordam de madrugada para andar de balão, e ver os templos de cima.

As fotos abaixo foram tiradas neste momento, e dá para perceber a diferença de cores. Lindo demais!

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Foto predileta

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Final de tarde. Que cores!

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Pra encerrar o dia…

E depois deste dia super cheio, o que concluir? Poderia ter sido melhor? Nem quis pensar nisso. Foi uma overdose tão intensa de lugares espetaculares, emoções, fotos, cultura, etc. Bagan não tem paralelo com nada do que eu já visitei até hoje. E posso dizer que está em qualquer lista minha de lugares preferidos, lidos, espetaculares, culturais, etc. à noite estava tão exausto pelo esforço, mas ao mesmo tempo demorei para dormir, pois estava tentando processar tudo aquilo. Estive à ponto de afirmar que vale à pena sair do Brasil para visitar Bagan. Eu sei que é meio longe, mas a recompensa é altíssima. Meu medo é em quê e quando Bagan vai se transformar com o crescimento do turismo.

 
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Posted by on December 22, 2015 in Mianmar, Myanmar

 

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Viagem de Inle Lake para Bagan

Depois de um bom jantar e uma boa noite de sono, chegou o dia de irmos para Bagan. Já sabíamos que havia muito pra ver, então queríamos chegar logo após o almoço, a fim de termos tempo de visitarmos já alguns templos no mesmo dia. Afinal, teríamos apenas um dia inteiro para visita, pois no dia seguinte íamos pegar um ferry para Mandalay.

O ônibus era às 7:30, e antes das 7 estávamos prontos. O staff do hotel, que nos vendeu os bilhetes, nos disse que viriam nos buscar no hotel. Só que o tempo passava e ninguém chegava. Até que eu fui questionar na recepção, e descobri que obviamente algo tinha dado errado. Eles não viriam. Eles deram opção de pegarmos o ônibus VIP mais tarde, mas aí fiquei bravo. Não era uma opção boa, pois iríamos chegar em Bagan já escuro. Parecia que não tinha mesmo solução até que para minha surpresa, a solução encontrada por eles foi arranjar um carro com motorista para nos levar, sem custo para nós. E ainda nos deram um saquinho com frutas e água mineral. Minha cara foi no chão. Eu nunca havia previsto que isso podia acontecer. O Fabricio achou que iria resolver na conversa, e ficou a dúvida : só nos deram esta solução porque eu me mostrei bravo, ou nem precisava, eles iam nos oferecer o transporte particular de qualquer forma? De qualquer forma, fica aqui o elogio ao Inle Apex Hotel, que se diferenciou de todos os outros. Mérito do staff e mérito da cultura birmanesa, que não se importou de gastar mais, para não deixar hóspedes insatisfeitos. Eu sei que eles erraram, já que foram eles que venderam os bilhetes. Aliás, nós apenas perguntamos sobre o ônibus, e aí eles ofereceram o serviço. Por isso fiquei bravo. Mas não é comum acabar assim.

E assim fomos. E ainda bem que fomos de carro, pois a rota não é das principais, e a estrada é de mão e contra mão, com muita gente de moto, bicicleta, andando, e todos vão devagar. O bom é que há menos perigo de acidentes graves, mas por outro lado a velocidade média já foi bem baixa de carro, imagina de ônibus.

Passamos por vários vilarejos, alguns deles bem pitorescos. Foi uma viagem agradável.

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Estrada birmanesa

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No meio do nada, um barco alegoria

Chegamos em Bagan por volta das 2:30 da tarde e fomos direto pro Hotel Blazing. Bom hotel, bem localizado, em Nyaung U, que é um vilarejo onde a maioria dos turistas independentes se hospedam. Na rua do hotel, havia várias lojinhas, restaurantes, e até um banco, que foi bem útil para nós.

Para não perder tempo, fomos logo visitar os 2 templos que ficavam mais perto do hotel, e que poderiam ser visitados à pé. Deixaríamos o principal para o dia seguinte.

Começamos pelo mais próximo, o Templo Shwezigon Pago. Já na largada adoramos o templo, é lindo e imponente. O legal da visita é que não havia turistas por lá, e assim ficou mais autêntico. Me perguntei o porquê, será que não havia turistas em Bagan, ou aquele templo era secundário?

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Templo Shwezigon Pago, com a galera local

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Quase sem turistas, apenas os birmaneses

Depois mais 15 minutos andando até o templo Htilominlo. Já estava escurecendo, nem deu para tirar boas fotos. Mas adoramos esse também. Diferente do primeiro, mais de pedra. Ali havia tendas de souvenirs para turistas, só não havia turistas. Então as vendedoras foram nos abordar, e tentar nos agradar até comprarmos algo, o que acabou acontecendo.

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Templo Htilominlo

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Com minhas “amigas” vendedoras, templo

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Buda, dentro do templo

Voltamos para o hotel já bem escuro, mas bem felizes com o que vimos. Jantamos na rua do hotel, e ali sim tinha vários turistas, a maioria independentes.

 
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Posted by on December 15, 2015 in Mianmar, Myanmar

 

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Inle Lake – de tudo um pouco

O dia seguinte começou bem cedo. Pegamos um barco só para nós, então seria mais rápido, pois pararíamos somente onde quiséssemos, e ficaríamos quanto tempo desejássemos, sem depender de outros. Como as distâncias são grandes, seria uma grande perda de tempo se tivéssemos mais gente conosco. Nos passaram que haveria um festival local em um vilarejo cujo nome é Tha Ley, onde fica o Phaung Daw Oo Paya, e foi pra lá que seguimos logo de manhã cedo. Muitos barcos seguindo o mesmo caminho, e logo sentimos que não seria um dia qualquer. E não era mesmo. Chegando nesta vila, havia dezenas de barcos ancorados, todos espremidos, mas bem organizados. Só esta cena já era interessante. Já havia uma aglomeração de gente à beira do lago, esperando por algo que não tínhamos ideia do que era. Pela primeira vez vi muitos estrangeiros, bem mais do que em Yangon.

Monges saindo para um passeio

Monges saindo para um passeio

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Fabricio e Leo animados com o passeio

Dia nublado, vista do lago

Dia nublado, vista do lago

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Birmanesa remando sozinha

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Chegada em Tha Ley e estacionamento de barcos

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Aglomeração para ver o desfile em frente ao Phaung Daw Oo Paya

Até hoje não entendemos bem exatamente o que se passou ali. Primeiro passaram 3 barquinhos, cada um com uma birmanesa toda arrumada e um remador. Elas estavam segurando um pote, e realmente não deu pra descobrir o que tinha dentro. Depois veio um barco com muita gente em cima, a maioria de mulheres, e cantavam uma música diferente, dançando e fazendo uma coreografia. Isso tomou mais de 15 minutos, e fiquei pensando se estavam querendo testar nossa paciência.

Bem, claro que não. Era só parte do show. Depois vários barcos, cada um deles tinha dezenas de remadores (com as pernas). Não era competição de costumes, pois todos vestiam as mesmas roupas.

Finalizando, a atração principal era um barco com um mini pagode e um galo gigante dourado. Ele parou em frente ao templo, e de lá saíram várias personalidades religiosas, que foram recebidas pelas autoridades que lá assistiam, e foram para dentro do templo. Pra nós acabou ali o show. Vale destacar os guardas que faziam a segurança, todos de meia. Para nós, uma cena insólita. O Fabrício se deleitou de tantas fotos.

Mas, apesar do show deles ter acabado, não era o fim para nós. Tinha ainda o mercado local ao lado do templo, que para falar a verdade, foi a verdadeira atração. O melhor de tudo é que não era para turista, era para os birmaneses. Então ali vários birmaneses pediam para tirar fotos de nós. Nós éramos a atração hehe. Tinha de tudo um pouco à venda, até espetinhos com pés e cabeças de galinha.

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Na saída, prestamos mais atenção na vida local, nas casas e no povo. Passamos por outras vilas, todas tinham um templo, sempre visível do lago ou dos canais. Procuramos evitar as armadilhas para turistas, com as mulheres com aquelas argolas no pescoço, lojas com souvenirs, etc. Mas valeu o passeio.

Os birmaneses passam um creme amarelo no rosto, que é uma mistura de repelente, protetor solar e cosmético. As mulheres e crianças são os mais usam. Ele vem de uma raiz, vendida no país todo.

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Banheiro

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Casa decorada

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Lojinha flutuante com templo ao fundo

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Mulheres com aquelas famosas argolas no pescoço – pra turista ver

Aí paramos em Inthein, um vilarejo típico. Também estava rolando uma cerimônia especial, pois havia várias crianças em uniformes escolares perfiladas, esperando o que depois descobrimos que era apenas um barco com 3 ou 4 autoridades. Depois foram todos para dentro do vilarejo, e não fomos atrás. Ate porque lá havia um templo no alto de um morro e fomos lá visitá-lo. Chama-se Shwe Inn Thein Paya. Muito interessante, valeu à pena.

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Inthein village

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Shwe Inn Thein Paya

De lá fomos à outro templo, e quando a paciência já estava se esgotando, acabaram-se os templos e voltamos para nosso vilarejo. No caminho uma cena lamentável, o nosso barqueiro fez um sinal e dois pescadores que estavam sentados descansando levantaram rapidamente, e fizeram pose de remadores para tirarmos fotos. Infelizmente ficou uma sensação ruim para mim, apesar de todos os turistas (inclusive eu) tirarem fotos deles.

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Pescadores que remam com as pernas – pra turista ver

Tudo isso durou mais de 6 horas, e estávamos bem cansados. O passeio valeu muito à pena, principalmente pelo desfile que certamente não acontece sempre. Provavelmente aquele mercado local também não deve ser diário, então nos sentimos afortunados em termos passado por lá em um dia especial. Não sei como me sentiria neste passeio sem o desfile e sem o mercado.

Mas posso dizer que Inle Lake é quase que obrigatório para qualquer turista em Mianmar.

 
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Posted by on December 12, 2015 in Mianmar, Myanmar

 

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Inle Lake – um lago com muita vida

A viagem de ônibus desde Yangon demorou 12 horas, saímos às 6 da tarde e chegamos em Nyaung Shwe às 6 da manhã. Não foi uma viagem muito cansativa, já que o ônibus era confortável, eu comi bem na parada da janta, e ainda tomei um Dramin, o que me fez dormir. Não foi um sono contínuo, mas suficiente para chegar ao destino com disposição. Logo achamos o hotel que tínhamos reservado Inle Apex Hotel, que por sinal era bem bom, e alugamos umas bikes para podermos explorar a vizinhança. Deixamos reservado um passeio de barco para o dia seguinte e compramos as passagens de ônibus para 2 dias depois rumo à Bagan, nossa próxima parada.

Bem, Inle Lake é um lago atração, pois há dezenas de vilarejos (aliás, são centenas, pois há mais de 200) ao seu redor, com seu estilo de vida típico, muito diferente do que estamos acostumados. O lago não é pequeno, tem mais de 100 km de comprimento por 5 km de largura, o que torna qualquer passeio longo. Além da religião presente, através de templos budistas espalhados por todo lado, o interessante é observar a vida que se desenvolve à beira do lago, ou simplesmente sobre o próprio. Muitas casas, lojas, restaurantes construídos sobre as águas, e o meio de transporte mais comum é o barco. Aliás, não é qualquer barco, é um tipo de canoa, bem comprida. Mas isso é para amanhã, pois no primeiro dia a ideia era passear de bike pelos vilarejos.

E assim fizemos. Com um mapa precário do lago na mão, rodamos bastante, parando sempre para inúmeras fotos. Fotos principalmente de gente, que para mim é a principal atração deste país. Mas o fato é que demos uma boa volta contornando o lago por uns 20 kms, e tínhamos sido orientados a então pegar uma barco, com as bikes dentro, atravessar o lago, e voltar para Nyaung Shwe pelo outro lado. Dar a volta completa no lago é simplesmente impossível, já que seriam mais de 200 km de pedalada. Nem com bikes modernas daríamos conta, quanto mais com as bikes que pegamos no hotel, que estavam mais para a primeira metade do século passado.

Mas o espírito da coisa foi alcançado, e o auge foi a travessia de barco para o outro lado do lago, que serviu de aperitivo para o passeio de amanhã. Passamos por uma estradinha (que era a principal) que rodeia o lago, vimos o povo levar sua vidinha ainda tranquila (em pouco tempo o turismo vai transformar o lugar, com suas vantagens e desvantagens). Vimos alguns painéis políticos, já que em uma semana haveria eleições nacionais, o que é um fenômeno novo para todos, já que o país está agora saindo de um longo período de regime de força.

Na volta, pedalamos por Nyaung Shwe, que deve ser uma das principais vilas do lago, pois é onde a maioria dos turistas se concentra, com todos os serviços agregados ao turismo. A vantagem é que encontramos bons restaurantes para um bom almoço, e depois para uma boa janta. Há alguns resorts em outros pontos do lago, mas isso é para um turista que fica enfurnado no hotel, e só sai para os passeios, assim não faz diferença para eles onde é o hotel. Não deixa de ser bem interessante, e confortável.

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Posted by on December 6, 2015 in Mianmar, Myanmar

 

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Yangon – a cidade do Shwedagon Paya

A chegada em Yangon foi surpreendentemente tranquila. Para quem esperava um controle rígido no aeroporto, em um país até poucos anos atrás fechado, e governado com mão de ferro, tive até um pouco de frio na barriga. Como descrito antes, não houve problema com o preenchimento incorreto do e-visa.

Mas o fato é que não deu problema algum, passamos rápido pela imigração, e fomos trocar dinheiro. O aeroporto é moderno, havia dezenas de turistas estrangeiros, todos embarcando em ônibus de turismo. Nós pegamos um táxi, foi fácil.

O aeroporto é longe da cidade, e o caminho passa pela periferia de Yangon. Não podia esperar nada muito diferente de passar por bairros menos desenvolvidos. mas o que aconteceu é que não havia iluminação pública alguma, e houve uma certa dificuldade em ir apreciando a vida como ela é. Achamos que estava assim pois era a periferia, mas continuou assim até chegarmos ao hotel, no centro da cidade, isto é, sem luz à noite na cidade toda. Claro que hotéis, restaurantes, mercados e alguns prédios tinham luz de geradores, e logo lembrei de Angola, onde não se vive decentemente sem gerador. E claro que nosso hotel tinha o seu gerador, o que nos garantiu uma noite bem dormida no ar condicionado.

Saímos para comer, e nos deparamos com as primeiras dificuldades. nenhum lugar à vista minimamente decente. Passamos por um mercado, mas nos recusamos à comer comida de mercado, e depois de algumas quadras, achamos um restaurante italiano super novo, limpo, atraente, que nos sugou. Ótima comida e bom descanso, pois o dia seguinte seria bem cansativo.

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O hotel, a rua do hotel, e o gerador do hotel.

Acordamos cedo e partimos para a atração principal da cidade, o Shwedagon Paya. No caminho deu para perceber que a cidade está em crescimento, com novos negócios surgindo por todos os lados. Claro que está à anos luz de Bangkok ou Kuala Lumpur. Mas ficou longe de passar a impressão do um lugar que parou no tempo, pelo contrário, a impressão é de um lugar que está acelerando para recuperar um longo tempo perdido.

Shwedagon Paya trata-se de um dos lugares mais sagrados do budismo, e minha ignorância sobre o local me fez cair o queixo quando entrei. Difícil de descrever. O stupa no centro atinge 98 metros de altura. Sua base é feita de tijolos cobertos com milhares de placas de ouro. É cercada por uma floresta de pagodes 64 pequenos “pagodões”, que formam um pequeno recinto, com 4 grandes templos localizados nos pontos cardiais. Na flecha encontra-se  uma espécie de coroa, chamado “hti” em birmanês, onde estão penduradas as 1065 sinetas de ouro e 420 de prata, e um catavento ornamentado com pedras preciosas. Ele termina com o “seinbu”, uma pequena esfera de ouro incrustado com milhares de diamantes incluindo uma esmeralda de 76 quilates.

Peguei a descrição no Wikipedia, para facilitar minha vida, mas o fato é que mais que tudo isso, este local é altamente ativo, estava apinhado de gente, e estimo que 98% de birmaneses, e 2% de turistas. Então fica muito mais interessante e emocionante. Pelas fotos deve dar para ter uma noção.

Pra começar, tivemos que comprar um sarongue, pois não era permitido entrar de bermudas. Fazia um calor insuportável, mas nem ligamos. Marcamos de ficar somente uma hora para visitar e acabamos ficando bem mais de 2 horas, pois vários pagodes por si só já valiam uma visita. Todos são diferentes, todos são lindos, todos são fotogênicos. Isso sem falar no povo, que só nos dava sorrisos, e nunca recusavam uma foto. Difícil de se achar assim por aí. Cada parada para foto era quase que um evento, birmaneses fotogênicos, ou birmaneses que queriam nos fotografar ou tirar fotos conosco. Sem falar nos detalhes de cada pagode, cada templo, uma overdose total. Não me lembro de ter sentido isso em outro lugar. Há atrações turísticas mais espetaculares, como o Taj Mahal, pirâmides do Egito, e outros, mas nenhum deles é tão ativo, e com tão poucos turistas ao mesmo tempo. Talvez por ter sido há pouco tempo, posso dizer que no Irã também acontece.

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Shwedagon Paya

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Overdose de pontos religiosos

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Vai tirar foto de que? De tudo…

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Além de religiosos, pedem pra tirar fotos de nós e conosco

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Local é bem ativo, em todos os sentidos

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Quantos detalhes…

Depois disso, qualquer coisa fica sem graça. E infelizmente deixamos para visitar logo depois o Chaukhtatgyi Paya, onde fica um buda deitado de 65m de comprimento. Realmente grandioso, mas depois do Shwedagon Paya, foi meio que um anticlímax. Além disso, o fato de estar vazio ajudou a dar esta falsa impressão. É que está longe de ser um local muito ativo, e muito turístico.

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Reclining Budha. Vejam os detalhes dos pés.

Voltamos para o hotel, almoçamos no nosso restaurante italiano, e partimos para o terminal de ônibus, de onde sairia nosso transporte para Inle lake. Pegamos um táxi que cruzou a cidade, do sul, onde fica o hotel, até 15 kms após o aeroporto, que já é na saída da cidade ao norte. Bem, chamar aquilo de terminal de ônibus não é nem exagero, é simplesmente um erro. A sede da empresa fica em uma loja, onde os passageiro ficam esperando o ônibus, que para em frente, carrega e vai embora.

O bom da história é que o ônibus era VIP, com 3 assentos por fileira, reclina bastante, tem bolinho, água, rodomoça, enfim, melhor do que nossos ônibus (que inveja…).

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JJ express

A parada à noite foi ótima, um Graal birmanês, cheio de restaurantes, cheio de ônibus e carros, uma festa. Bati um rango e fui me deitar. Só que a estrada tem uma subida longuíssima, já que Inle Lake fica à 900 metros do nível do mar. A estrada ali é estreita, cheia de curvas, o ônibus tem que subir em primeira marcha em vários locais, o acaba prejudicando um pouco o sono.

 

 

 

 
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Posted by on November 27, 2015 in Mianmar, Myanmar

 

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Mianmar – roteiro

Como já foi explicado antes, meu roteiro em Mianmar será mais ou menos o básico dos turistas, já que não temos muito tempo. Então partiremos de Yangon, até pouco tempo a capital do país, e sem dúvida nenhuma ainda a maior e mais importante cidade do país. De lá, vamos de ònibus noturno até Nyaungshwe (em Inle lake), de lá ônibus até Bagam e finalmente ônibus ou ferry até Mandalay. Segue o mapa. São 1.097 kms.

Roteiro Myanmar

Já há informações de que há postos de fronteiras terrestres abertas entre Myanmar e Tailândia, o que abre um pouco as possibilidades de viagens. No nosso caso, nem cogitamos, por ter pouco tempo, mas também por comodidade.

Preciso explicar o processo para tirar o visto. Existe um site que permite a emissão do visa on-line (de novo a inveja). Basta entrar no link abaixo :

visa Myanmar

É necessário preencher um formulário, e depois fazemos o pagamento da taxa (US$ 50) via cartão de crédito. Logo após finalizar, descobri que tinha preenchido o local de entrada erradamente. Em vez de escolher o aeroporto de Yangon, coloquei o de Mandalay. Não me perguntem porque, não tenho ideia. Mas o fato é que imediatamente mandei um e-mail para eles informando do fato, pois fiquei com medo de dar algum problema na chegada. Para minha surpresa dupla, primeiro eles responderam imediatamente dizendo que não tinha problema. Depois de uns 2 dias eles mandaram o e-visa, mas com a informação de Mandalay. Lá fui eu achando que poderia dar problema. Mas não deu. Neste quesito, Myanmar passou com louvor.

 

 

 

 
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Posted by on November 24, 2015 in Burma, Mianmar, Myanmar

 

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