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Resumo da Islândia

14 Nov

Bem, chegou a hora de fazer um resumo da viagem à Islândia. É difícil fazer um roteiro que dependa de hotéis e hostels, porque o tempo é muito instável. Por isso, desistimos de dar a volta completa no ring. Até teria dado tempo em uma semana, mas não sabíamos de antemão se perderíamos algum tempo durante o percurso, por conta de chuva e vento. Então ficava difícil reservar os hostels antecipadamente. Quem viaja em um motorhome leva essa vantagem, pois pode dormir em qualquer lugar. Só tivemos um dia onde o tempo fechou demais, e choveu bastante, sem visibilidade nenhuma. Mas esta chuva durou pouco mais de uma hora e não prejudicou em nada a viagem. Mas poderia ter durado o dia todo, e teríamos que ficar parados onde estávamos, ou perderíamos algumas atrações.

Então decidimos partir de Rejkjavik até o sudoeste, chegamos até a Geleira Vatnajokull, e voltamos. Depois visitamos o Golden Circle, perto de Reykjavik e por fim fomos até a Península de  Snæfellsnes, no oeste. Rodamos por cerca de 2.000 kms, pois só se vai de carro a todos esses lugares. Acho que este roteiro valeu à pena, pois não tivemos nenhum stress, e isso não tem preço. Fizemos de uma forma light, sem aquela correria tradicional, isto é, decidimos ver menos, mas ver melhor. Vimos lugares lindíssimos, a natureza da Islândia é ímpar. Muitas cachoeiras, geleiras, montanhas, vulcões, enfim, o que a Islândia tem de melhor. Perdemos os fiordes do norte, que de qualquer forma ficam fora do ring, e que são pouco visitados, pois requerem muito tempo.

Outra coisa : fomos no início do verão, alta estação na Islândia. Mesmo assim, não nos prejudicou em nada, não pegamos aglomerações em lugar algum. Alguns hostels estavam cheios, mas fora isso, bem sossegado.

A Islândia é considerada muito cara, mas não tivemos grandes custos. Alugamos um carro pequeno por uma semana, que foi mais do que o suficiente. Tudo bem que a gasolina é cara, e este foi o maior custo, e mesmo assim dividido por 3. Hostels são mais caros que na Europa continental, mas nada exorbitante. A solução da comida foi a ideal, comprando em supermercados, e contando com o Fabricio para cozinhar, o que valeu muito à pena, pelo preço e pela qualidade, já que ele cozinha bem, e comemos bem em todos os dias. A pior refeição foi a pizza em Reykjavik, quando não tínhamos cozinha no hostel. E o principal é que fora o Blue Lagoon, todas as outras atrações são de graça. Não se paga entrada em lugar nenhum, pelo menos onde fomos. No fim das contas, para quem programa bem, e não quer grandes luxos, a Islândia é bem acessível. Quanto mais agora que há bastante voos em companhias aéreas de baixo custo.

O tempo ajudou, não fez calor, mas choveu muito pouco. Fez um frio de 7 à 8 graus de noite, e quase 20 durante o dia, perfeitamente suportável. Não deu para um banho de mar, mas isso não fez falta.

O que lamento um pouco é que tivemos pouco contato com os locais, e assim não tivemos oportunidade de absorver mais da cultura islandesa. Deu para notar que o país é muito organizado, muito politizado, até porque recentemente passou pelo trauma da falência do sistema bancário. Mas já está se recuperando aos poucos.

Outra coisa que deu para concluir foi que a Islândia está se tornando uma grande atração turística internacional, um destino cada vez mais procurado. Há vários voos diretos das capitais europeias, algumas empresas aéreas de baixo custo, e vários voos diários para cidades americanas. Com as atrações do lugar, penso que esta atratividade só vai aumentar com o tempo.

Alguns dados recentes demonstram esta tendência :

  • até 2008, o sistema bancário era a principal atividade econômica do país, quando houve a grande crise
  • desde 2010, o número de turistas quase quadruplicou, tornando o turismo a principal atividade econômica da Islândia (em 2016 o crescimento do PIB foi de 7,2%)
  • em 2017, haverá cerca de 2,3 milhões de visitantes, 30% a mais do que em 2016
  • em julho e agosto, 20% das pessoas na ilha são turistas
  • estão começando a cobrar ingressos nos parques nacionais (não tivemos este problema)

Os islandeses estão começando a se incomodar demais com esse boom do turismo, já que os preços para eles estão subindo rapidamente (alimentação, moradia, etc). Além disso, o país é muito voltado para o turismo de natureza, sem a infra adequada. Desta forma, não há banheiros suficientes e acaba que os turistas usam a natureza como banheiro. Isso entre ouros problemas.

Enfim, um belíssimo destino para quem gosta de natureza e lugares diferentes. Recomendo fortemente. Só procurem usar o banheiro correto!

 
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Posted by on November 14, 2017 in Iceland, Islândia

 

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